Provocando a Rússia
Cada passo expansionista em direcção ao leste Europeu teve como alvo a Rússia.
No início do séc.
XIX, Napoleão invadiu muitos países europeus na tentativa de chegar às fontes abundantes de carvão e ferro russos.
Na segunda guerra mundial, Hitler seguiu o exemplo, comandando as suas vastas armadas em direcção à Rússia.
Actualmente, a NATO está a seguir os passos de Napoleão e Hitler para chegar à Rússia.
Depois da desintegração da União Soviética, o Ocidente declarou vitória na Guerra Fria contra o Bloco de Leste sob liderança da URSS.
A NATO quis explorar o vazio resultante.
O seu objectivo era incluír no seu grupo de membros ex –repúblicas soviéticas, desde a Ucrânia e Geórgia às repúblicas Bálticas, com o objectivo de rodear a Rússia.
A NATO continuou a implementar este plano até à maior parte dos adjacentes Estados ex-socialistas terem aderido.
A Rússia interpretou esta estratégia como uma provocação perigosa, na medida em que tinha como objectivo circundar o país por todos os lados.
A Federação Jugoslava bloqueou as tentativas de fechar o círculo que cercava a Rússia desde a América à Europa do Sul.
A implosão e desintegração da Jugoslávia foi a ligação necessária à cadeia que cercava a Rússia.
Esses estados aderiram à NATO tornando-se numa cadeia que sitia e estrangula a Rússia.
No entanto, a história, quer longínqua quer recente, tem provas abundantes de como a Rússia não é uma potência que pode facilmente ser sitiada, quebrada ou derrotada.
A Rússia possui o maior número de stock nuclear do mundo com cerca de 16.000 ogivas nucleares.
Podem ser lançadas a partir de silos, submarinos, aviões de bombardeio estratégico aos quais só a Rússia tem acesso.
O trio nuclear de mísseis balísticos inter-continentais, aviões de bombardeio estratégico e submarinos nucleares compensam o deficit que a a capacidade militar Russa tem ao nível do treino, mobilização e logística.
Na sequência do profundo interesse que temos na paz mundial, sugerimos que se evite qualquer tipo de aventuras que possam causar a destruição ou até a aniquiliação da humanidade.
A provocação feita à Rússia e as tentativas de cercar o país ameaçam uma nova forma de conflagração nuclear.
A ameaça torna-se ainda mais real na medida em que, a erupção das guerras contemporâneas foi baseada, em muitos dos casos, em informação fabricada, análises ingénuas e opiniões míopes.
Quando o Ocidente apoiou entusiasticamente a independência do Kosovo, será que adivinhava os efeitos consequentes na Abcássia e Ossétia do Sul que levaram a que estas regiões apelassem à independência?
Será que estava ciente que as análises que causaram o dilema Americano no Iraque eram baseadas em inteligência fabricada e não confirmada, na esperança de ganhar pontos junto da CIA, através de agentes que escaparam do país?
A contínua existência e expansão da NATO, após a desintegração da URSS e o final da Guerra Fria, só pode ter um motivo:
provocar e sitiar a Rússia.
Tal como em todos os países no mundo, a América tem o direito de se defender. A sua distante localização geográfica entre os oceanos Atlântico e Pacífico, e a fraqueza dos seus vizinhos a sul, que não criam nenhuma ameaça à sua segurança, faz com que seja um porto seguro para imigrantes e refugiados longe dos conflitos e ambições dos continentes do Velho Mundo.
È um poder universal.
Todos os povos do mundo contribuíram para a sua formação e prosperidade. Face a esta tradição, merece ser o anfitrião da ONU e o seu Conselho de Segurança.
No entanto, a América é uma grande ameaça para a paz , segurança e estabilidade mundiais se continuar , tal como acontece hoje, a participar em todos os actos de agressão que acontecem no mundo.
A América tem de voltar à doutrina de Monroe, defendida pelo Presidente James Monroe em 1823, que diz que “ Os Estados Unidos não interfeririam com os problemas na Europa, e que os poderes Europeus não deveriam interferir mais nos assuntos dos novos independentes estados das Américas”.
A doutrina deveria ser estendida de maneira a abranger a não interferência nos assuntos de todo o Mundo.
A Europa tem o direito de se tornar uma entidade independente e unificada aos níveis político, económico e militar.
Tem o direito de se tornar o novo pólo da política internacional.
A Rússia, não só como poder emergente, mas também histórico, deve ter a liberdade de desenvolver a sua força política, económica e militar com o objectivo de se auto-defender.
A Europa Unida, se não estiver ligada à distante América, pode operar como um moderador estratégico entre a Rússia e a América enquanto continua a usufruir dos abundantes recursos de petróleo e gás russos.
A Rússia, ao contrário do continente americano, é a parceira demográfica natural da Europa. Se a Europa fosse guiada por uma lógica de interesse próprio , em vez de se guiar por condutas raciais ou por fait accompli resultantes da ocupação Americana na Europa após a segunda Guerra Mundial, estabeleceria laços amigáveis com a Rússia.
A estupidez e a ganância vão encaminhar a humanidade para uma nova catástrofe. Não restará ninguém para colher o lucro de uma guerra em cujas partes possuem armas letais e de destruição nuclear.
O Mundo estaria bem aconselhado se prestasse atenção ao meu aviso sobre o facto de a Rússia não ser a URSS.
A URSS era um Império vasto e multi-nacional.
Impunha-se a muitas nações antigas. Era baseado numa doutrina ideológica na qual o povo da URSS não acreditava.
Na verdade, nem os próprios líderes do Kremlin acreditavam nessa ideologia.
Pelo contrário, a Rússia não está actualmente a defender uma crença filosófica ou uma ideologia política e económica.
Está a defender a nação Russa. Quando a ideologia Marxista da URSS cumpriu com o seu objectivo, o povo soviético não morreu com ela.
Continuaram a existir.
Até celebraram a queda da URSS e a sua ideologia.
O que está em causa agora é a existência da nação Russa. Não será permitido falhar, pois tal significaria o fim da vida, da liberdade e da existência da nação.
A morte seria preferível comparada a tal eventualidade.
A situação não deve ser mal interpretada.
As lições aprendidas aquando o confronto com a URSS devem ser tidas em consideração. Se tal não acontecer será quase um suicídio.
Seria destrutivo para alguns poderes repetir certas manobras do passado contra a Rússia hoje. As políticas imperialistas seguidas durante anos no passado contra a URSS seriam devastadoras se usadas contra a Rússia de hoje
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