Home Artigos Provocando a Rússia 
Artigos - 22 February، 2024

Provocando a Rússia 

Cada passo expansionista em direcção ao leste Europeu teve como alvo a Rússia.

No início do séc.

XIX, Napoleão invadiu muitos países europeus na tentativa de  chegar às fontes abundantes de  carvão e ferro russos.

 

Na segunda guerra mundial, Hitler seguiu o exemplo, comandando as suas vastas armadas em direcção à Rússia.

Actualmente, a NATO está a seguir os passos de Napoleão e Hitler para chegar à Rússia.

Depois da desintegração da União Soviética, o Ocidente declarou vitória na Guerra Fria contra o Bloco de Leste sob liderança da URSS.

A NATO quis explorar o vazio resultante.

O seu objectivo era incluír no seu grupo de membros ex –repúblicas soviéticas, desde a Ucrânia e Geórgia às repúblicas Bálticas, com o objectivo de rodear a Rússia.

 

A NATO continuou a implementar este plano até à maior parte dos adjacentes Estados ex-socialistas terem aderido.

 

A Rússia interpretou esta estratégia como uma provocação perigosa, na medida em que tinha como objectivo circundar o país por todos os lados.

 

A Federação Jugoslava bloqueou as tentativas de fechar o círculo que cercava a Rússia desde a América à Europa do Sul.

A implosão e desintegração da Jugoslávia  foi a ligação necessária à cadeia que cercava a Rússia.

Esses estados aderiram à NATO tornando-se numa cadeia que sitia e estrangula a Rússia.

No entanto, a história, quer longínqua quer recente, tem provas abundantes de como a Rússia não é uma potência que pode facilmente ser sitiada, quebrada ou derrotada.

A Rússia possui o maior número de stock nuclear do mundo com cerca de 16.000 ogivas nucleares.

Podem ser lançadas a partir de silos, submarinos,  aviões de bombardeio estratégico aos quais só a Rússia tem acesso.

O trio nuclear de mísseis balísticos inter-continentais, aviões de bombardeio estratégico e submarinos nucleares compensam o deficit que a a capacidade militar Russa tem ao nível do treino, mobilização e logística.

Na sequência do profundo interesse que temos na paz mundial, sugerimos que se evite qualquer tipo de aventuras que possam causar a destruição ou até a aniquiliação da humanidade.

A provocação feita à Rússia e as tentativas de cercar o país ameaçam uma nova forma de conflagração nuclear.

A ameaça torna-se ainda mais real na medida em que, a erupção das guerras contemporâneas foi baseada, em muitos dos casos, em informação fabricada, análises ingénuas e opiniões míopes.

Quando o Ocidente apoiou entusiasticamente a independência do Kosovo,  será que adivinhava os efeitos consequentes na Abcássia e Ossétia do Sul que levaram a que estas regiões apelassem à independência?

 

Será que estava ciente que as análises que causaram o dilema Americano no Iraque eram baseadas em inteligência fabricada e não confirmada, na esperança de ganhar pontos junto da CIA, através de agentes que escaparam do país?

A contínua existência e expansão da NATO, após a desintegração da URSS e o final da Guerra Fria, só pode ter um motivo:

provocar e sitiar a Rússia.

Tal como em todos os países no mundo, a América tem o direito de se defender. A sua distante localização geográfica entre os oceanos Atlântico e Pacífico, e a fraqueza dos seus vizinhos a sul, que não criam nenhuma ameaça à sua segurança, faz com que seja um porto seguro para imigrantes e refugiados longe dos conflitos e ambições dos continentes do Velho Mundo.

È um poder universal.

Todos os povos do mundo contribuíram para a sua formação e prosperidade. Face a esta tradição, merece ser o anfitrião da ONU e o seu Conselho de Segurança.

No entanto, a América  é uma grande ameaça para a paz , segurança e estabilidade mundiais se continuar , tal como acontece hoje, a participar em todos os actos de agressão que acontecem no mundo.

 

A América tem de voltar à doutrina de Monroe, defendida pelo Presidente James Monroe em 1823, que diz que “ Os Estados  Unidos não interfeririam com os problemas na Europa, e que os poderes  Europeus não deveriam interferir mais nos assuntos dos novos independentes estados das Américas”.

A doutrina deveria ser estendida de maneira a abranger  a não interferência nos assuntos de todo o Mundo.

 

A Europa tem o direito de se tornar uma entidade independente e unificada aos níveis político, económico e militar.

Tem o direito de se tornar o novo pólo da política internacional.

 

A Rússia, não só como poder emergente, mas também histórico,  deve ter a liberdade de desenvolver a sua força política, económica e militar com o objectivo de se auto-defender.

 

A Europa Unida, se não estiver ligada à distante América, pode operar como um moderador  estratégico entre a Rússia e a América enquanto continua a usufruir dos abundantes recursos de petróleo e gás russos.

A Rússia, ao contrário do continente americano, é a parceira demográfica natural da Europa. Se a Europa fosse guiada por uma lógica de interesse próprio , em vez de se guiar por condutas raciais ou por fait accompli resultantes da ocupação Americana na Europa após a  segunda Guerra Mundial, estabeleceria laços amigáveis com a Rússia.

A estupidez e a ganância vão encaminhar a humanidade para uma nova catástrofe. Não restará ninguém para colher o lucro de uma guerra em cujas partes possuem armas letais e de destruição nuclear.

 

O Mundo estaria bem aconselhado se prestasse atenção ao meu aviso sobre o facto de a Rússia não ser a URSS.

A URSS era um Império vasto e multi-nacional.

Impunha-se a muitas nações antigas. Era baseado numa doutrina ideológica na qual o povo da URSS não acreditava.

Na verdade, nem os próprios líderes do Kremlin acreditavam nessa ideologia.

 

Pelo contrário, a Rússia não está actualmente a defender uma crença filosófica  ou uma ideologia política e económica.

Está a defender a nação Russa. Quando a ideologia Marxista da URSS cumpriu com o seu objectivo, o  povo soviético não morreu com ela.

Continuaram a existir.

Até celebraram a queda da URSS  e a sua ideologia.

O que está em causa agora é a existência da nação Russa. Não será permitido falhar, pois tal significaria o fim da vida, da liberdade e da existência da nação.

 

A morte seria preferível comparada a tal eventualidade.

 

A situação não deve ser mal interpretada.

As lições aprendidas aquando o confronto com a URSS devem ser tidas em consideração. Se tal não acontecer será quase um suicídio.

Seria destrutivo para alguns poderes repetir certas manobras do passado contra a Rússia hoje. As políticas imperialistas seguidas durante anos no passado contra a URSS seriam devastadoras se usadas contra a Rússia de hoje

Check Also

O Irmão Líder dirige-se aos Estudantes da Universidade de Oxford sobre a África no século XXI

Boa noite a todos. Agradeço aos organizadores deste encontro com a faculdade, aos estudant…