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Artigos - 22 February، 2024

O Dilema do Paquistão

A posse de uma bomba nuclear por parte do Paquistão sempre foi algo não desejado nem pelo povo Americano, nem pelo povo Israelita. Inadvertidamente, foram apanhados de surpresa uma vez que o Paquistão se tornou uma potência nuclear.

Em pouco tempo, o Paquistão passa a possuir capacidade nuclear. Nem Americanos nem Israelitas desejavam que tal acontecesse.

No entanto, dado ter-se tornado realidade, culparam-se não só a si mesmos como às suas agências de inteligência.

Chamaram, à bomba nuclear do Paquistão uma bomba “Islâmica”.

Consideraram-na uma ameaça directa.

Os dois povos em questão tinham feito todos os esforços para impedir o Paquistão de adquirir armas nucleares.

Henry Kissinger, o Secretário de Estado Americano da altura, ameaçou o então Primeiro-ministro Paquistanês Zulfiqar Ali Bhutto dizendo:

“Se construírem uma bomba atómica, seguirei o mesmo exemplo”.

Bhutto era então tido como uma ameaça para outros que não considerassem a aquisição de uma bomba nuclear.

Zia-ul-Huaq e Benazir, filha de Bhutto foram assassinados. A saga continua.

 

A questão que se coloca é:

Porque é que, tanto os Americanos como os Israelitas estavam tão contra a posse de armas nucleares por parte do Paquistão?

O Paquistão é um estado Islâmico, de origem Islâmica, o que explica a profunda ligação ao Islamismo.

O Islamismo é a essência da sua identidade, sem a qual o Paquistão não existiria como nação.

O Islamismo para o Paquistão assim como o Judaísmo para os Israelitas são a razão da sua existência. Por outro lado, países como a China, Irão e Turquia continuariam a existir com ou sem religião, mas não haveria Paquistão sem o Islamismo.

Esta religião é a razão pela qual o Paquistão se separou da Índia e se estabeleceu como um estado independente.

Para o Paquistão, o Islamismo não se trata de uma questão de fé.

Trata-se de uma identidade nacional.

A bomba nuclear Paquistanesa é uma bomba Islâmica.

O Paquistão está revoltado com as perigosas e terríficas interacções que resultam da sua conjunta composição populacional.

É uma mistura de Sindis, Panjabis, Bhuttoharis, Balochi, Hazaras, Kashmiris, Pasthu, Hindko, Afegãos, entre outros. Existem também as tribos violentas na área adjacente ao Afeganistão, que não devem lealdade nem ao Paquistão nem ao Afeganistão.

A mistura Paquistanesa é heterogénea a níveis linguísticos e étnicos com mais causas para a divisão do que para a união.

A nível regional, o Paquistão enfrenta desafios desde o Irão Xiita até à Índia Hindu/Budista.

A fé Islâmica, a essência do Paquistão, enfrenta provocações e desafios de religiões como o Budismo, Hinduísmo e extremistas fanáticos.

Como tal, muitos grupos extremistas islâmicos foram formados no Paquistão e desenvolveram relações com as violentas tribos Afegãs, Al-Qaeda, fornecendo abrigo seguro e protecção a Bin Laden.

Essas manifestações incluem a Al Jamaa Al Islamiya, Jamiat Ulema Pakistan, Jamiat Ulama al Islam com as suas duas partes respectivas, o movimento Islâmico e o movimento de União Nacional.

O perigo para os Americanos e Israelitas assenta na possibilidade de um destes movimentos extremistas chegar ao poder no Paquistão.

Estes grupos mostram-se persistentes na tentativa de conquistar o poder.

Se partidos políticos como o PPP, ou até mesmo o exército continuarem no poder, não há perigo para Americanos e Israelitas uma vez que o poder está em mãos que lhes são seguras.

No entanto, não há garantias de que estes partidos políticos continuem a governar o Paquistão.

Por outro lado, se estes grupos extremistas Islâmicos, ou apenas um deles, alcança o poder, a chamada bomba Islâmica fica prestes a explodir.

Esta é a derradeira origem do Dilema Paquistanês.

O povo Americano e Israelita não têm outra escolha senão estar alerta para esta possível ameaça. Para tal, resolveram fomentar a relação de inimizade entre o Paquistão e o país vizinho, a Índia.

Alertam constantemente o Paquistão de que os Hindus, em vez de Judeus ou Cristãos, são os seus mais directos inimigos.

A bomba Paquistanesa deve ser então dirigida apenas contra a Índia e os Hindus. Seguindo a mesma lógica, Americanos e Israelitas alertam a Índia para a real inimizade do Paquistão e acrescentam que o alvo da bomba Paquistanesa é a Índia e não a América ou Israel.

A estratégia Israelita é manter a Índia e o Paquistão concentrados obsessivamente um no outro.

Por um lado, tentam estabelecer relações amigáveis com o Paquistão com a promessa de os ajudarem contra a Índia Hindu.

Por outro lado, continua a incitar a Índia contra os Muçulmanos Paquistaneses e criam laços de amizade, cooperação, e até mesmo de aliança com a Índia, com o objectivo de manter os dois países concentrados um no outro indefinidamente.

Graves preocupações, como a ameaça nuclear Paquistanesa continuam a existir. Tentativas de acordos por parte dos Americanos e Israelitas, para lidar com este dilema, nunca irão terminar.

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